Embora a maioria dos serviços da AMA - Agência para a Modernização Administrativa estejam repostos, face aos constrangimentos decorrentes do ataque informático sofrido na passada semana, e a fim de evitar que tal cenário se repita, a Ordem dos Notários (ON) apresentou um plano ao Ministério da Justiça.
Em declarações aos jornalistas, o Bastonário pediu que o ciberataque à AMA seja encarado como uma “oportunidade de aprendizagem para o futuro”.
Sobre o plano, ao Jornal de Negócios, Jorge Batista da Silva especificou que a ON propôs que seja possível a apresentação dos registos e receber num momento posterior a referência multibanco para pagar, mas também efetivou propostas no que concerne a consulta ao Registo Central do Beneficiário Efetivo (RCBE).
Nomeadamente, foi proposto que passe a ser possível que, nos casos em que tenha já sido consultado num mesmo ano em relação a uma determinada entidade, e desde que ela declare que não houve nenhuma alteração, se permita que a impossibilidade de acesso não leve ao impedimento" da realização das escrituras.
Ao Observador, sobre o mesmo tema, Jorge Batista da Silva assegurou que a resolução dos problemas nos serviços está em “curso”, frisando que a cooperação com o Instituto dos Registos e do Notariado possibilitou “resolver as questões mais urgentes e evitar transtornos maiores para os cidadãos”.
Note-se que o ciberataque que, na semana passada, afetou os serviços geridos pela Agência para a Modernização Administrativa (AMA), levou ao adiamento de um número elevado de escrituras públicas que o setor imobiliário estima em alguns milhares.
A inoperacionalidade da emissão de referências para o pagamento por Multibanco acabou por inviabilizar todo o processo, mesmo que, em vez do online, as pessoas tenham optado por se deslocar presencialmente aos serviços.
Entretanto, as escrituras já estão a ser feitas com alguma normalidade e a AMA revelou esta quinta-feira estar na fase final do restabelecimento dos seus serviços.